Fatores associados aos níveis de estresse percebido em estudantes internos de um curso de medicina
DOI:
https://doi.org/10.36414/rbmc.v6i16.61Palavras-chave:
Estudantes de Medicina; Internato médico Estresse Percebido; Saúde mental.Resumo
A formação médica demanda atenção por parte da gestão das escolas médicas. O estágio do internato, fase final do curso de medicina, é decisivo nesta formação. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar os fatores associados a maiores níveis de estresse percebido em estudantes interno de um curso de medicina. Trata-se de um estudo observacional, de corte transversal e analítico. Dois questionários foram aplicados, sendo um com dados sociodemográficos e outro com a Escala de Estresse Percebido, que mensura o grau no qual os indivíduos percebem as situações como estressantes. Foram incluídos na pesquisa 140 acadêmicos do internato médico, sendo 67,9% com idade até 24 anos e 70,7% do sexo feminino. A maioria era solteiro (54,2%), procedentes de Goiânia (53,6%), moravam com os pais (68,3%) e faziam terapia psiquiátrica/psicológica (60,6%). Na comparação dos aspectos sociodemográficos com os níveis de estresse percebido dos estudantes foi identificado maior escore no sexo feminino (p = 0,0053), bem como nos alunos que referiram não realizar atividades extracurriculares (p = 0,0105). Em relação à comparação dos aspectos pessoais e clínicos com os níveis de estresse percebido, maiores escores foram encontrados em quem referiu ter doença psiquiátrica diagnosticada (p = 0,0273), nos que estavam fazendo terapia psiquiátrica ou psicológica (p = 0,0003), nos que refeririam ter insônia (p = 0,0099), nos que dormiam menos de sete horas por noite (p = 0,0161), nos estudantes que afirmaram não estar satisfeitos com o rendimento acadêmico (p <0,0001) e naqueles que já pensaram em abandonar o curso de medicina (p = 0,0016). Evidenciaram-se fatores associados aos níveis de estresse desses estudantes nos dois últimos anos do curso de medicina, tais como: sexo feminino, não fazer atividade extracurricular, ter doenças psiquiátricas, frequentar terapia psiquiátrica/psicológica, quantidade de horas dormidas à noite reduzida, insônia, insatisfação com o rendimento acadêmico e pensamento de abandonar o curso. Este estudo, embora tenha sido restrito ao internato, viabiliza dados que merecem atenção das escolas médicas na perspectiva de melhorar a vida diária dos discentes.
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